quinta-feira, 12 de junho de 2014
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Novas Velhas Bandas #17 Fanny
A maioria das novas velhas bandas que passaram por aqui vieram lá dos anos 1970, e a desta sexta-feira não será diferente. Digo também que 98% dos grupos comentados aqui são formados apenas por homens, por isso, hoje, a postagem é especial. Hoje é dia de falar das lindas da banda Fanny.
Divas do rock |
Formada em 1969, a banda americana Fanny contava com as irmãs June e Jean Milington (guitarrista e baixista, respectivamente), Nickey Barcley nos teclados e Alice de Buhr na bateria. Todas ainda muito jovens, lançaram o primeiro disco em 1970, intitulado Fanny. Misturando influências do rock psicodélico do fim dos anos 1960 com pop music e vocais harmoniosos, a Fanny fazia um rock and roll dançante e simpático. O visual das lindezas também era um charme à parte. Em meio a calças boca de sino, coletes ripongas, blusas de manga morcego e tamancos plataforma, as meninas subiam ao palco para arrasar. Como banda de mulheres era novidade na época, o grupo ganhou destaque nas rádios e nos programas de TV locais.
Após o grande sucesso do primeiro álbum, a Fanny foi convidada a abrir shows de bandas já consagradas como Jethro Tull, Slade e Humble Pie. As garotas fizeram turnê pelos Estados Unidos e pela Europa, onde conquistaram muitos fãs. Aproveitando a onda de popularidade, em 1971, lançaram mais um disco que foi muito vendido naquele ano, o Charity Ball. Em 1972, dois álbuns foram lançados, Fanny Hill e o ao vivo Fanny Live.
Apesar da banda ter virado referência e inspiração para muitas mulheres, e de ter atingido grande sucesso, sempre tem alguém insatisfeito com o trabalho ou procurando outros caminhos. Com a Fanny não foi diferente. A tecladista Nickey e a baterista Alice deixaram a banda e foram substituídas. Essa troca foi perceptível no resultado dos discos seguintes, que perderam um pouco da qualidade dos anteriores. Assim, a Fanny foi encerrando as atividades e as meninas passaram a tocar com bandas de apoio de artistas como Keith Moon, David Bowie e Suzy Quatro.
Apesar da banda ter virado referência e inspiração para muitas mulheres, e de ter atingido grande sucesso, sempre tem alguém insatisfeito com o trabalho ou procurando outros caminhos. Com a Fanny não foi diferente. A tecladista Nickey e a baterista Alice deixaram a banda e foram substituídas. Essa troca foi perceptível no resultado dos discos seguintes, que perderam um pouco da qualidade dos anteriores. Assim, a Fanny foi encerrando as atividades e as meninas passaram a tocar com bandas de apoio de artistas como Keith Moon, David Bowie e Suzy Quatro.
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Novas Velhas Bandas #16 Odair José
Isso mesmo, você leu "Odair José", aquele cantor de música brega que é considerado o terror das empregadas. Todos sabem que aqui no blog a ideia é falar de uma banda de rock antiga que, por algum motivo, caiu no esquecimento. Acontece que Odair José não é banda, não está esquecido e não é rock, mas o blog é meu, portanto, posso me dar ao luxo de abrir uma exceção para falar desse cantor de quem sou muito fã.
Vindo de Goiás, Odair começou a aparecer no meio musical no início dos anos 1970 fazendo um som com influências da country music e também do rock and roll, principalmente dos Beatles. No decorrer da década, o cantor chegou a compôr músicas que tratavam de temas polêmicos para a época, sendo a mais famosa delas "Uma vida só", mais conhecida como "Pare de tomar a pílula" (aquela que tocava no programa do Ratinho durante o quadro do DNA). A canção chegou a ser censurada pela ditadura militar por supostamente fazer propaganda contrária à distribuição de pílulas para controle de natalidade. Foi nesse período que o rapaz ganhou o apelido de "Bob Dylan brasileiro".
Após ser censurado pelos militares, o foco das composições de Odair José foi mudando aos poucos. Segundo o próprio diz em entrevistas, passou a prestar mais atenção nas atitudes amorosas das pessoas, retratando-as em suas músicas. Por tratar de temas do cotidiano e falar muito de amor, o músico acabou sendo taxado de brega. Título que nunca lhe agradou.
Não se sabe ao certo a origem do termo "brega" ligado ao cenário musical, porém, a denominação ficou bastante conhecida no fim dos anos 1960 para rotular cantores românticos populares entre as classes econômicas mais baixas. Desde então, o termo geralmente é visto como algo pejorativo e sem qualidade.
Na minha humilde opinião, o trabalho de Odair José passa bem longe de ser algo desqualificado. Suas letras falam de amor verdadeiro, tristeza e saudade. As composições românticas são tudo aquilo que você queria dizer pra a pessoa que você gosta, mas tem vergonha. As músicas tristes são tão tristes, que dá vontade de ir até o bar mais próximo para afogar as mágoas. Captar e transmitir tanto sentimento assim, somente um grande artista é capaz. Hoje, aos 65 anos e 44 de carreira, Odair continua fazendo shows pelo Brasil e conquistando novos fãs.
Vindo de Goiás, Odair começou a aparecer no meio musical no início dos anos 1970 fazendo um som com influências da country music e também do rock and roll, principalmente dos Beatles. No decorrer da década, o cantor chegou a compôr músicas que tratavam de temas polêmicos para a época, sendo a mais famosa delas "Uma vida só", mais conhecida como "Pare de tomar a pílula" (aquela que tocava no programa do Ratinho durante o quadro do DNA). A canção chegou a ser censurada pela ditadura militar por supostamente fazer propaganda contrária à distribuição de pílulas para controle de natalidade. Foi nesse período que o rapaz ganhou o apelido de "Bob Dylan brasileiro".
Após ser censurado pelos militares, o foco das composições de Odair José foi mudando aos poucos. Segundo o próprio diz em entrevistas, passou a prestar mais atenção nas atitudes amorosas das pessoas, retratando-as em suas músicas. Por tratar de temas do cotidiano e falar muito de amor, o músico acabou sendo taxado de brega. Título que nunca lhe agradou.
Não se sabe ao certo a origem do termo "brega" ligado ao cenário musical, porém, a denominação ficou bastante conhecida no fim dos anos 1960 para rotular cantores românticos populares entre as classes econômicas mais baixas. Desde então, o termo geralmente é visto como algo pejorativo e sem qualidade.
Na minha humilde opinião, o trabalho de Odair José passa bem longe de ser algo desqualificado. Suas letras falam de amor verdadeiro, tristeza e saudade. As composições românticas são tudo aquilo que você queria dizer pra a pessoa que você gosta, mas tem vergonha. As músicas tristes são tão tristes, que dá vontade de ir até o bar mais próximo para afogar as mágoas. Captar e transmitir tanto sentimento assim, somente um grande artista é capaz. Hoje, aos 65 anos e 44 de carreira, Odair continua fazendo shows pelo Brasil e conquistando novos fãs.
Odair num visual "glam rock setentista" |
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Novas Velhas Bandas #15 Os Incríveis
Para começar muito bem o feriado prolongado de sexta-feirasanta/páscoa/tiradentes, apresento uma banda que, além de ser produto nacional da melhor qualidade, vai te fazer sentir saudades de uma época que você não viveu. A nova velha banda de hoje é Os Incríveis.
O grupo, que anteriormente se chamava The Clevers, começou tocando twist e covers de bandas como Beatles e Rolling Stones em bailes paulistas nos anos 60. Com o início do movimento da Jovem Guarda, a banda mudou o nome para Os Incríveis, e foi nesse período que começaram a fazer sucesso com as próprias composições.
Os Incríveis tentando ser descolados |
Entre os maiores hits do grupo estão as músicas "Eu te amo, meu Brasil", que foi muito usada como uma canção de exaltação da pátria brasileira durante o governo militar, a instrumental "O Milionário", e "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones". Isso, essa mesma do Engenheiros do Hawaii, que não é do Engenheiros do Hawaii. Na verdade, nem dos Incríveis é, e sim de Gianni Morandi, cantor italiano (ouça a versão original aqui). Enfim, o sucesso dos rapazes era tanto, que Os Incríveis foi a primeira banda brasileira a ter um programa próprio de TV, a primeira a gravar um longa-metragem e a primeira a fazer uma turnê internacional.
Com a chegada dos anos 70, o som do grupo foi se modificando e se adaptando às novas influências do rock and roll e da música pop. A popularidade já não era mais a mesma dos tempos primórdios e os integrantes acabaram formando outras bandas, como a Som Nosso de Cada Dia e Casa das Máquinas, o que resultou no fim dos Incríveis. No início dos anos 2000, a banda se reuniu algumas vezes para shows pelo Brasil.
sexta-feira, 28 de março de 2014
Novas Velhas Bandas #14 Coletânea Las Vegas Grind
Depois de um mês de férias do blog, estou de volta com a série Novas Velhas Bandas. Porém, desta vez, não se trata de uma banda específica, mas sim de várias. A postagem desta sexta-feira é sobre uma coletânea norte-americana chamada Las Vegas Grind, que conheci "fuçando" o Youtube há alguns anos.
Dividida em seis álbuns, a coletânea traz gravações de bandas pouco conhecidas que se apresentavam em bares, cassinos, cabarets e shows de strip tease nas noites dos anos 50 e 60. O nome da coleção foi escolhido por ser Las Vegas o cenário mais lembrado quando o assunto é diversão noturna, mas nem todas as bandas tocaram por lá.
Entre a mistura de sons e influências, podemos encontrar muito rockabilly, garage rock, rhythm & blues, twist e até soul nestas compilações. O interessante é observar a liberdade criativa de algumas músicas que contêm barulhos não convencionais, como gritos, risadas, vozes diferentes imitando diálogos e até tosse no meio das gravações. O experimentalismo dessa sub-cultura boêmia resultou em excelentes canções, que às vezes soam sensuais, outras vezes divertidas, que nos fazem viajar no tempo. Se você gosta de ouvir coisas diferentes e adora som vintage, não deixe de escutar Las Vegas Grind.
Entre a mistura de sons e influências, podemos encontrar muito rockabilly, garage rock, rhythm & blues, twist e até soul nestas compilações. O interessante é observar a liberdade criativa de algumas músicas que contêm barulhos não convencionais, como gritos, risadas, vozes diferentes imitando diálogos e até tosse no meio das gravações. O experimentalismo dessa sub-cultura boêmia resultou em excelentes canções, que às vezes soam sensuais, outras vezes divertidas, que nos fazem viajar no tempo. Se você gosta de ouvir coisas diferentes e adora som vintage, não deixe de escutar Las Vegas Grind.
Capa do Las Vegas Grind volume 4 |
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
Novas Velhas Bandas #13 Canned Heat
Se você quer fugir dos samba-enredos grudentos dos desfiles deste carnaval, a solução é ouvir o som da nova velha banda de hoje: Canned Heat. Formado em 1965 na cidade de Topanga, Los Angeles, o grupo tem como influência nomes nada humildes do blues, como Muddy Waters, B.B. King e John Lee Hooker.
No início, a banda contava com Bob Hite no vocal e na gaita, Al Wilson na guitarra, Larry Taylor no baixo, Henry Vestine na guitarra base e Frank Cook na bateria. Eles começaram fazendo covers e versões modernizadas de clássicos do blues, o que logo chamou a atenção de gravadoras, críticos e público. O primeiro disco só foi lançado em 1967, mas já era esperado por muitos fãs que os viram tocar no Monterey Pop Festival (festival marcado pela apresentação em que Jimi Hendrix quebrou e queimou sua guitarra).
No início, a banda contava com Bob Hite no vocal e na gaita, Al Wilson na guitarra, Larry Taylor no baixo, Henry Vestine na guitarra base e Frank Cook na bateria. Eles começaram fazendo covers e versões modernizadas de clássicos do blues, o que logo chamou a atenção de gravadoras, críticos e público. O primeiro disco só foi lançado em 1967, mas já era esperado por muitos fãs que os viram tocar no Monterey Pop Festival (festival marcado pela apresentação em que Jimi Hendrix quebrou e queimou sua guitarra).
Queria ser amiga deles |
O segundo álbum, Boogie With Canned Heat, foi lançado em 1968 e continha a primeira música gravada pela banda a fazer sucesso mundial, a On The Road Again. Após o lançamento deste disco, o grupo foi apelidado pelos críticos de "reis do boogie" e saiu em turnê pela Europa, onde fez grande sucesso. Ainda em 68, o Canned Heat lançou o terceiro disco, Living The Blues, que continha outro grande hit, Going Up The Country.
Depois de quatro anos na estrada, eis que chega o grande momento da banda. Em 1969, depois do lançamento do quarto disco, Hallelujah, o Canned Heat é chamado para tocar em um dos maiores, se não o maior, festival de rock da história, o Woodstock. Eles tocaram no mesmo dia que Janis Joplin, Credence Clearwater Revival, The Who, Santana, Jefferson Airplane e Greatful Dead. O show foi bastante elogiado e em seguida, no início de 1970, o grupo saiu em turnê européia mais uma vez.
Esta talvez tenha sido a melhor fase da banda, pois, no segundo semestre de 70, as coisas começaram a desandar. A má fase se iniciou em setembro com a morte por overdose do guitarrista Al Wilson, que deixou o Canned Heat para entrar no "Clube dos 27" (isso mesmo, mais um músico que faleceu aos 27 anos de idade). Em seguida, vieram os problemas com a gravadora e a troca contínua de integrantes. "Capengando", o grupo seguiu lançando novos discos e fazendo shows. Na verdade, estão na ativa até hoje, mas, dos membros do início da carreira, apenas o baixista Larry Taylor está presente. A morte do carismático vocalista Bob Hite, em 1981, foi um dos principais motivos da banda ter caído no esquecimento.
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
Novas Velhas Bandas #12 Humble Pie
Se você é fã de rock and roll e de bandas inglesas dos anos 60, continue lendo este artigo. Se não for, continue lendo do mesmo jeito, não vai se arrepender de ouvir esse som. A nova velha banda de hoje não é tão desconhecida assim, pois chegou a fazer sucesso durante os anos em que esteve em atividade, mas, com o passar do tempo, acabou sendo esquecida. Estou falando do Humble Pie, grupo formado em 1969 pelos músicos Steve Marriott no vocal e na guitarra, Greg Ridley no baixo, Jerry Shirley na bateria e Peter Frampton (aquele mesmo do "uhh baby I love your waaaaaay") também na guitarra.
O compacto de estréia Natural Born Boogie (1969) chamou a atenção do público inglês e colocou o grupo em evidência. No mesmo ano, foi lançado o primeiro álbum As Safe Yesterday Is e o segundo, chamado Town e Country. Em 1970, a banda lançou mais dois LPs, Humble Pie, terceiro disco de estúdio, e Rock On, que foi o último com a participação de Peter Frampton.
Peter Frampton, Greg Ridley, Jerry Shirley e Steve Marriott |
Após a saída de Frampton, a banda acabou lançando o disco seguinte, Smokin, somente em 1972. Com Dave Clempson assumindo a guitarra, o som do Humble Pie foi mudando aos poucos e ficando cada vez mais pesado. Apesar das novas influências do hard rock, a banda manteve a pegada blues característica de sua origem, coisa que agradava o público e os críticos de música. As apresentações dos caras eram muito elogiadas, o que lhes rendeu ótimos trabalhos gravados ao vivo.
No anos seguintes, o grupo seguiu lançando novos discos e fazendo turnês pela Europa e pelos Estados Unidos, até que, em 1991, Steve, líder e fundador da banda, morreu em um incêndio em sua própria casa. Após sua morte, o Humble Pie chegou a gravar mais alguns álbuns e encerrou as atividades em 2003.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Novas Velhas Bandas #11 Steppenwolf não é só Born to be wild
"Get your motor running, head out on the highway..." essa frase sempre foi a introdução mais celebrada em "showzinhos" de rock que eu frequentava na adolescência. Hoje, uns dez anos depois, essa introdução acompanhada por um riff em mi maior, ré e lá, ainda causa êxtase em bares onde tocam bandas covers. A música Born to be wild, considerada o hino dos motociclistas, é um dos maiores hits do rock and roll. Fez tanto sucesso que acabou ofuscando as outras músicas do grupo que a compôs, o Steppenwolf.
Formada no Canadá em 1964 com o nome de Sparrow, a banda começou tocando blues em bares de Toronto. Em 1967, os integrantes se mudaram para São Francisco, Califórnia, onde o movimento hippie e a contracultura estavam em evidência. Lá, conheceram um empresário que os fez mudar de nome para Steppenwolf, e logo em seguida lançaram um compacto com a música Born to be wild. O sucesso do single foi estrondoso.
Lobão selvagem |
Em 1968, a banda lançou o disco The Second, que também fez muito sucesso, principalmente porque as músicas deste trabalho são muito influenciadas pelo psicodelismo da época, fazendo que o Steppenwolf se tornasse um dos símbolos do rock psicodélico, junto com Jefferson Airplane, Grateful Dead, The Doors, entre outros. No ano seguinte, foi lançado o terceiro disco intitulado At Your Birthday Party, que seguia na mesma linha de loucura do anterior, e Monster, quarto LP da banda. Com a chegada dos anos 70, veio o disco Steppenwolf 7, que trazia letras de protesto contra o governo acompanhadas de um som mais agressivo. Após o lançamento do disco seguinte, For Ladies Only, de 1971, a banda se separou. Os integrantes se reuniram algumas vezes nos anos seguintes, mas nenhum dos discos lançados pós 71 chegou a fazer o sucesso que o grupo estava acostumado.
Apesar de não ter durado muitos anos, o Steppenwolf teve grande importância na música e na cultura em geral. A clássica Born to be wild serviu de influência na denominação de um subgênero do rock, o Heavy Metal, com a expressão "Heavy Metal Thunder", contida no segundo verso. Além disso, ao ser trilha sonora do filme Easy Rider - Sem Destino - (1969), a canção ajudou a transformar a motocicleta Harley Davidson em um símbolo de liberdade, em um mito.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Novas Velhas Bandas #10 Blackfoot
Vinda de Jacksonville, Flórida, a nova velha banda desta sexta-feira é especial para quem curte southern rock (subgênero que se desenvolveu na região sul dos Estados Unidos com influências do rock, country music e blues). O Blackfoot teve início por volta de 1969, mas com outros nomes e integrantes. A formação definitiva, que chegou a assinar contrato com uma gravadora, só se consolidou em 1975, ano em que foi lançando o primeiro disco, chamado No Reservations.
A obra de estréia dos caras não chegou a fazer tanto sucesso, por isso, em 1976, eles trocaram de gravadora e lançaram o segundo LP, Flying High, que também não chamou tanto a atenção do público, mesmo assim, foi o suficiente para a banda sair em turnê com grandes nomes da época, como Kiss, Rush e Peter Frampton.
elegantíssimos |
Apesar de terem feito alguns fãs durante essas turnês, o grupo só foi atingir grande repercussão com o lançamento do terceiro disco, Strikes, em 1979. O álbum é muito bom e contém os mais famosos sucessos da banda, mas outro fato interessante que levou o Blackfoot a ganhar tamanha atenção da mídia foi o fim do Lynyrd Skynyrd em 1977. O Lynyrd, que era a principal atração do rock sulista da época, tinha acabado de passar por uma tragédia (a queda do avião que matou parte dos integrantes) e o subgênero estava sem um representante. O curioso é que, além do som semelhante entre as bandas, alguns integrantes do Blackfoot chegaram a tocar com o Lynyrd no início de suas carreiras.
Mesmo com o estrondoso sucesso do disco "Strikes", os anos 80 chegaram e foram um pouco cruéis com o Blackfoot (e com muitos grupos de rock dos anos 70). A popularidade dos teclados e sintetizadores vinha crescendo e as bandas eram pressionadas pelas gravadoras a se adaptarem às novas tecnologias e a adotarem um visual mais moderno. Isso fez com que muitas delas perdessem suas identidades durante a década. Apesar disso, o Blackfoot chegou a lançar bons álbuns, como Tomcanttin (1980) e Marauder (1981).
Além da pressão da gravadora, a banda tinha dificuldade para renovar seu estilo, e foi após o fracasso do disco Vertical Smiles, de 1984, que o grupo se desfez. Os integrantes chegaram a se reunir em 2005 para uma turnê pelos Estados Unidos e pela Europa, mas logo após a morte do baterista eles se separaram novamente. Fizeram parte do Blackfoot: Rickey Medlocke, Ken Hensley, Greg T. Walker, Stet Howland, Philip Shouse, Tim Rossi, Brian Carpenter e Christopher Williams. Ufa!
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
O dia em que a música morreu
Há
exatos 55 anos, depois de uma apresentação da turnê The Winter Dance Party, em Iowa, três jovens músicos deixavam a terra a bordo de um avião para entrar pra
história do rock. Ritchie Valens, The Big Bopper e Buddy Holly morreram na
madrugada do dia três de fevereiro de 1959, após a queda do monomotor Bonanza
B35 próximo a cidade de Clear Lake, no estado americano de Iowa. Mas você deve
estar se perguntando “quem são esses caras?”.
Ritchie
Valens era apenas um garoto de 17 anos que tocava guitarra e estava começando a
fazer sucesso. Se você acha que nunca ouviu uma música dele, está enganado.
Aposto que já dançou ao som de La Bamba, uma das músicas mais tocadas em festas
de formatura e casamento. Apesar de só ter gravado dois discos, Valens emplacou
alguns sucessos como a balada Donna, We Belong Together e Come on Let’s Go.
O garoto Ritchie e sua guitarra |
Outra estrela que se juntou a Ritchie foi The
Big Bopper, nome artístico de Jiles Perry Richardson, cantor e compositor que ficou muito famoso no fim dos anos 50 pelo hit Chantilly Lace. Um vídeo antigo dele tocando essa música é considerado por muitos o
primeiro “vídeo clipe” da história. Big Bopper, além de músico, também era um dos
DJ’s mais conhecidos daquela época. Ele tinha 28 anos quando a tragédia aconteceu.
Por
último, mas não menos importante, Buddy Holly, que tinha apenas 22 anos no dia em
que morreu. Dos três cantores que partiram desta para melhor naquela madrugada
fria de fevereiro, Buddy foi o mais relevante. Não apenas por ter mais
discos gravados e sucessos lançados, mas por ser considerado o mais criativo
dos músicos de sua geração. Ele e sua banda de apoio, os Crickets, colecionam
hits como Peggy Sue, That’ll Be The Day, Oh Boy, entre outros.
Buddy no palco |
A tragédia do dia
três de fevereiro de 59 rendeu dois filmes que ilustram a breve carreira dos músicos. A primeira obra a
tratar do tema foi o filme The Buddy Holly Story, de 1978, que conta a
trajetória de Buddy até chegar ao estrelato. Em 1987, foi lançado o filme La
Bamba, que mostra a vida de Ritchie Valens até se encontrar com Holly e Bopper
naquela noite.
Para
quem não conhece o trabalho desses artistas, ou não gosta do bom e velho rock
and roll, a queda do avião foi apenas uma fatalidade que aconteceu há
muito tempo. Mas para quem é fã de música é impossível não se sensibilizar
com a perda dessas três estrelas imortalizadas na história e na música de Don
McLean:
E
nas ruas as crianças gritavam
Os
amantes choravam e os poetas sonhavam
Mas
nenhuma palavra foi dita
Os
sinos da igreja estavam todos quebrados
E
os três homens que eu mais admirava
O
Pai, o Filho e o Espírito Santo
Pegaram
o último trem para o litoral
No
dia em que a música morreu.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
Novas Velhas Bandas #9 .357 String Band
Se você, assim como eu, adora o som de um banjo, aposto que vai curtir o estilo da nova velha banda de hoje, a .357 String Band. O grupo não é tão velho quanto aos que estamos acostumados a ver nesta sessão. Na verdade, não é nada velho, pois o primeiro CD foi lançado em 2006, mas, como sou eu quem manda aqui, resolvi escrever sobre eles.
Vindos de Milwaukee, Wisconsin, os integrantes da .357 String Band fazem um som com influências do bluegrass (música popular e tradicional do sul dos Estados Unidos), mas com peculiaridade. Ao tocarem com mais rapidez do que são tocadas as músicas de bluegrass, acabaram criando uma nominação para o estilo, o streetgrass. O resultado dessa mudança vai desde músicas que parecem trilha sonora de filme western até tema de festas caipiras americanas.
Caipiras e mal encarados |
A banda é composta por Joe Huber no banjo e no vocal, Derek Dunn no violão, Rick Ness no baixo, e Billy Cook no bandolim, violão e violino. O último CD desses caipiras foi lançado em 2008, e, atualmente, a banda parece estar apenas tocando em bares, e até mesmo nas ruas, do sul dos Estados Unidos.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Novas Velhas Bandas #8 Shocking Blue
A nova velha banda de hoje vem direto da Holanda para deixar o blog mais psicodélico. Estou falando do grupo Shocking Blue, formado em 1967 pelos músicos Cor Van der Beek na bateria, Robbie Van Leeuwen na guitarra, Henk Smitskamp no baixo, e pela belíssima Mariska Veres no vocal.
O grupo geralmente é taxado de "banda de um único hit" por causa da música Venus, que fez grande sucesso durante os anos 70 na Holanda e nos Estados Unidos, porém, a banda tem um vasto repertório que muitas vezes não é lembrado. O som do Shocking Blue é bem datado, não tem como ouvi-lo e não lembrar do psicodelismo das bandas dos anos 60.
Divos! |
Após o lançamento de alguns singles, os Shocking Blue saíram em turnê pela Europa, e logo após foram para o Japão, onde fizeram enorme sucesso. Voltando para a Holanda, o grupo chegou a lançar mais alguns discos, mas nenhum obteve o mesmo sucesso dos anteriores. Com o passar dos anos, a popularidade da banda foi caindo e o guitarrista Robbie Van Leeuwen, que compunha a maioria das músicas, abandonou o grupo. O trio seguiu gravando e lançando discos até 1974, ano que o Shocking Blue acabou.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Novas Velhas Bandas #7 Satan's Pilgrims
A nova velha banda desta sexta-feira tem um som tão carismático que é impossível não despertar um sentimento de curiosidade. Os norte-americanos do Satan's Pilgrims fazem um surf rock instrumental daqueles que dá vontade de arrastar o sofá pro canto da sala e começar a dançar.
Formada em 1992 pelos músicos Dave Pilgrim nos teclados, John Pilgrim no baixo, Scott e Bobby Pilgrim nas guitarras e Ted Pilgrim na bateria, a banda assume influências de grupos de rock dos anos 60, como The Ventures e The Sonics. Algumas músicas também nos remetem à trilhas sonoras de filmes de terror antigos. Toda essa mistura resulta em um nostálgico garage rock.
Eles parecem legais |
De 1994 pra cá, o Satan's Pilgrims lançou sete CD's, sendo de 2009 o último lançamento, bastante recomendado pela crítica, Psychsploitation. Este último disco marcou bastante a carreira da banda, que já estava há quase dez anos sem produzir algo novo. Para os críticos, o álbum mostra a capacidade que o grupo tem de se reinventar e ao mesmo tempo não perder a peculiaridade. Para os fãs, o Satan's Pilgrims passa grande sentimento através de suas músicas instrumentais, e por isso, dispensa letras e vocais.
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Novas Velhas Bandas #6 Lucifer's Friend
A primeira nova velha banda de 2014 vem direto da Alemanha para abrir o ano do blog muito bem. No início dos anos 70, enquanto bandas inglesas como Led Zeppelin, Deep Purple e Uriah Heep já haviam conquistado o público, a banda alemã Lucifer's Friend lançou seu primeiro disco, com músicas que se assemelhavam ao som dos músicos ingleses. Inclusive, a temática obscura das músicas e os riffs pesados de guitarra, fazem com que os fãs considerem o álbum um dos percussores do heavy metal, junto com disco Paranoid, da banda britânica Black Sabbath.
Integrantes do Lucifer's Friend |
Após o sucesso do primeiro disco, a banda alemã fez algumas turnês pela Europa e reuniu bastante público em shows na Inglaterra. Foi nessa época, em que ficaram mais conhecidos, que foram acusados de plagiar a música Immigrant Song, do Zeppelin, no início de Ride in the Sky. Os integrantes negaram tal fato e garantiram que não passava de coincidência. Plágio ou não, esse detalhe não tira a qualidade do trabalho inicial do "amigo de Lúcifer".
No decorrer da década de 70, o grupo lançou mais cinco discos, porém, nenhum deles alcançou o sucesso do primeiro. O estilo de som dos álbuns seguintes mudou, e mais se comparava ao rock progressivo e psicodélico. A chegada dos anos 80 marcou o fim da banda, que lançou apenas dois discos muito criticados pelos fãs. A formação do Lucifer's Friend contava com John Lawton no vocal, Peter Hessien na guitarra, Dieter Horns no baixo, Joachim Rietenbbach na bateria e Peter Hecht nos teclados.
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